Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 17 - julho de 2019

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Abcic lança Manual de Montagem no Concrete Show 2019

Conteúdo oferece uma visão abrangente e sistêmica de todo o processo de montagem das estruturas pré-moldadas de concreto desde o planejamento à entrega da estrutura montada

A montagem das estruturas pré-fabricadas de concreto exige um planejamento, um rigor e uma qualificação técnica para assegurar a segurança e a eficiência dessa operação. Por esse motivo, a Abcic desenvolveu o Manual de Montagem, que será lançado no dia 15 de agosto, durante o Concrete Show 2019 no Seminário a ser realizado pela Abcic (ver pág 26).
Segundo Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, o Manual será um balizador e uma ferramenta importante para as operações envolvendo a montagem das estruturas pré-fabricadas de concreto, ao oferecer uma visão integrada de todo o processo nas interfaces com a comercialização, projeto e produção das estruturas, bem como apresentar os princípios elementares das atividades inseridas neste processo de forma detalhada e em linguagem acessível, a fim de que possa transmitir o conhecimento não somente em atividades de capacitação das equipes, mas também ser utilizado efetivamente no dia a dia nos canteiros de obras que adotam o sistema por todos os responsáveis na montagem. 
“O Manual hoje se constituirá também numa ferramenta complementar às normas regulamentadoras (NRs), pois quando as mesmas foram desenvolvidas a maior referência eram as obras construídas em canteiro, ficando uma lacuna em relação aos sistemas industrializados, que requerem mais atenção em alguns aspectos, principalmente nos que diferem da forma tradicional de construir. Já temos procurado levar informações as comissões que tratam destas normas, como a CPR – Comissão Permanente Regional da NR-18. Por isso, o Manual de Montagem da Abcic não será somente uma ferramenta para a indústria utilizar, mas também se pretende que seja um referencial a ser manuseado por fiscais, técnicos e demais stakeholders deste processo para que possamos continuamente aprimorar também a normalização”, avalia Íria.

O Manual de Montagem contou com a coordenação técnica de Íria e a colaboração de três engenheiros especialistas no tema, autores dos capítulos: Francisco Celso, Luiz Livi e Mairon Goulart. “Ao longo de minha carreira de mais de 30 anos no setor, trabalhando nas áreas de produção e de montagem, sempre sofri com a falta de material adequado a nos orientar sobre as boas práticas do segmento. Por isso, gostaria de parabenizar a iniciativa da Abcic, pois esse manual fortalecerá ainda mais as empresas associadas em busca de mais produtividade, com mais segurança, melhores práticas e maior controle. Além disso, as ferramentas e orientações disponíveis neste manual serão de grande ajuda aos profissionais para organizarem os departamentos de montagem de suas empresas”, ressalta Goulart. 
Para Celso, essa iniciativa da Abcic atende a uma demanda antiga de todas as empresas do setor da industrialização em concreto visando a melhoria e padronização de processos. “Vem ao encontro das novas exigências de controle estabelecidas nas prescrições de montagem da ABNT NBR 9062 - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado, ajudando o engenheiro responsável pela mesma a planejar e executar a tarefa, levando em conta os principais itens que afetam a eficiência e qualidade da montagem. É um instrumento que deve ser sempre atualizado acompanhando a evolução da técnica e dos requisitos normativos”, explica.
Já Livi acrescenta que o manual poderá ser de grande valia também para o contratante do pré-fabricado de concreto, uma vez que baliza os requisitos necessários para o processo, trazendo mais produtividade e segurança aos canteiros de obras. “Quando fui convidado pela Abcic para contribuir neste material, vi uma oportunidade de o setor contribuir de forma permanente com as Normas Técnicas, produzindo um material completo, didático e realmente útil ao setor; um documento de referência para os profissionais. É sem dúvida um manual de boas práticas, que funcionará de forma complementar a normalização e para o futuro ser referência para melhoria contínua das normas tanto as técnicas (ABNT) como as Regulamentadoras (NRs)”, opina. 
De acordo com Íria, o Selo de Excelência ABCIC foi um programa que contribui com o desenvolvimento do Manual, pois estabeleceu, ao longo dos anos, para as empresas que o integram, metodologias para a elaboração de procedimentos e a constante verificação, levando a melhoria contínua. Nestas atividades, tanto a produção (fábrica) como a montagem (canteiros) foram levadas em consideração, pois há uma intrínseca relação entre a qualidade final das peças com o manuseio, estocagem, carga, descarga, transporte, que especialmente considerando a “idade” das peças, preveem que a integridade estrutural seja mantida, além do aspecto da estética. Além da qualidade das peças, todos os cuidados de planejamento e prevenção para a segurança dos colaboradores envolvidos nestas operações são vitais. “Contar com a experiência vivenciada pelo setor após 16 anos do Selo em vigência, além da expertise dos consultores envolvidos, foi de fundamental importância no desenvolvimento do manual”.
Íria afirma ainda que o Selo de Excelência ABCIC é considerado pelos associados, em paralelo com as ações de normalização junto à ABNT, como as mais importantes ações para o desenvolvimento do setor. “A segurança e integridade dos colaboradores e demais intervenientes no canteiro de obras é um aspecto que sempre foi debatido no âmbito da entidade como prioridade 1, porém sem as anteriores não se teria o conhecimento e maturidade suficientes para o desenvolvimento e a implantação”, acrescenta.  
Outra ação da Abcic relacionada ao assunto foi o Workshop Manual de Montagem, promovido em abril de 2017, cujo objetivo foi a validação do conteúdo proposto para publicação deste material pelas empresas fabricantes associadas bem como os profissionais ligados à montagem ou área técnica dessas companhias.
O Manual de Abcic conta com sete capítulos e destaca a montagem dos itens mais usuais das estruturas como pilares, vigas, lajes alveolares e duplo T, telhas de concreto protendido tipo W e painéis de fachada. Em cada caso há a descrição da rotina de montagem e de cuidados a serem tomados. Tabelas para avaliação de esforços gerados nas alças tendo em vista configurações de içamento usuais são apresentadas em alguns casos. Estas configurações têm o propósito de reduzir ao máximo os esforços a que ficam sujeitas as peças na montagem e diminuir as deformações das mesmas em virtude disso.
O primeiro capítulo trata do planejamento de montagem. Nesta parte, os colaboradores enfatizam a importância do tema para a produtividade de todo o processo bem como para o resultado da operação. Nesta etapa deve-se levar em conta, além do suprimento de equipamentos os aspectos relacionados aos condicionantes do projeto estrutural, cronograma acertado com o cliente, custos, segurança da montagem e condições do canteiro de obra, entre outros aspectos específicos de cada obra. 
Neste capítulo são abordados diversos assuntos, desde a definição correta da sequência de montagem até o planejamento em obras das atividades e ferramentas necessárias para o andamento dos trabalhos no canteiro. Assim faz referência aos guindastes, plataformas, acessórios de içamento como alças, eslingas de cabos de aço, correntes, cintas, balancins e equipamentos de segurança como as linhas de vida e ancoragens. São dadas informações para seleção dos acessórios de prateleira em função das cargas atuantes. Ressalta os cuidados na identificação das capacidades de carga de cada equipamento e nas rotinas de inspeção periódica dos acessórios para segurança das operações.
O segundo capítulo aborda as etapas de carga e descarga dos elementos constituintes da obra, procurando ressaltar os cuidados que devem ser observados para evitar danos nas peças e riscos de acidentes que podem ocorrer nas etapas de movimentações dentro das fábricas, no transporte externo até os canteiros de obra e na própria montagem.
Na sequência, o Manual traz as operações que ocorrem na fase de montagem no canteiro, apresentando um fluxograma genérico do procedimento e os cuidados que devem ser tomados durante cada etapa da operação de içamento, posicionamento e fixações provisórias e definitivas das peças. Faz referência às recomendações normativas que devem ser obedecidas para garantia da qualidade e segurança da montagem, em especial ao que prescreve a ABNT NBR 9062 e o Selo de Excelência ABCIC.
No quarto capítulo, os leitores poderão receber informações sobre as tolerâncias de montagem das peças. Para cada tipologia como pilares, vigas e lajes são apresentados os valores máximos que podem ser tolerados ao final da montagem de acordo com a ABNT NBR 9062 e o Selo de Excelência ABCIC. Também são mostrados valores de tolerância do PCI (Precast/Prestressed Concrete Institute) americano.

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