Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 6 - dezembro de 2015

ACONTECE NO MUNDO

Abcic marcou presença no Concrete Austrália 2015

A entidade também esteve representada nas atividades da fib

No segundo semestre, em agosto, após participar da segunda reunião do fib Presidium, em Sydney (Austrália), a presidente-excutiva Íria Doniak representou a Abcic na reunião da Comissão 6 (C6) de Pré-Fabricados, que ocorreu durante a realização do evento "Concrete Austrália 2015", na cidade de Melbourne. Realizado pelo Instituto Australiano de Concreto em conjunto com o RILEM (União Internacional de Laboratórios e experts em matérias de construção e sistemas estruturais), a programação contou com meio dia de seminário organizado pela própria Comissão de pré-fabricados da fib. 
Após esse evento, os membros participaram de reunião dos grupos de trabalho e da plenária, além de fazerem visitas técnicas, cujo destaque foi para o uso de painéis e pilares pré-fabricados em edifícios de múltiplos pavimentos. O grupo visitou um edifício no centro de Melbourne, que está sendo executado pela Brookfield, e uma indústria que produz os elementos pré-fabricados de concreto. As atividades foram coordenadas por Simon Hughes, membro local da comissão 6. 
"Cada país possui sua cultura em relação às tipologias possíveis de uso das estruturas pré-fabricadas de concreto que são inúmeras, desde o "total precast" presente nas estruturas em esqueleto dos edifícios da Bélgica, passando pelos edifícios altos com painel portante na Holanda, e chegando ao mix destas tipologias nos países nórdicos que possuem entre 80% a 90% de estruturas pré-fabricadas nas construções, como a Dinamarca e a Finlândia. Na Índia, pelas necessidades locais de habitações e espaço urbano, são adotados os painéis em edifícios habitacionais de alturas mais elevadas. Já na Austrália, este modelo que visitamos mostra que a indústria é fornecedora de componentes, já que faz parte do dia a dia das construtoras trabalharem com a industrialização e terem canteiros de obras altamente mecanizados", comenta Íria. 

Em sua visão, o Brasil tem inúmeras possibilidades de crescimento na indústria das estruturas pré-fabricadas de concreto. Uma delas, brinca, é "crescer para cima". Hoje, a Abcic, que conhece o modelo de desenvolvimento nos mais diversos países, tem estudado especialmente a adoção do sistema no mercado imobiliário, além da habitação social, em edifícios residenciais e comerciais. "Não apenas no que tange o projeto que é uma fase importante, mas desde a cultura para este desenvolvimento, passando por questões de logística, pois os canteiros no país ainda são pouco mecanizados, até os sistemas de produção e manutenção", diz. 
Íria recorda ainda que a indústria e os construtores cresceram sem desenvolver juntos essa cultura. "Ambos os grupos enfrentaram os desafios impostos pela instabilidade econômica e, diferentemente dos países citados acima, criaram culturas independentes, até porque a disponibilidade da mão de obra barata incentivou políticas contrárias à industrialização", explicou. "Nos últimos cinco anos quando o país retomou a construção civil, sofreu por falta de qualificação e escassez da mão de obra e não conseguiu alcançar os níveis de produtividade desejados", complementou.
No entanto, a presidente-executiva enfatiza que o segmento tem, hoje, a oportunidade de estreitar esse relacionamento e avaliar os modelos de desenvolvimento para o próximo ciclo de retomada. "A indústria tem um papel fundamental. Muito do que se vê sendo executado em canteiro, sem a expertise de projetistas que conhecem o pré-moldado e da própria indústria, se convertem em cases de insucesso, e isso prejudica a imagem do sistema", avalia. 
Além disso, Íria ainda reforça o problema da tributação no país. "Nosso sistema tributário também induz ao uso da tecnologia em canteiro, diferentemente de todos os países anteriormente citados que buscam o aperfeiçoamento da indústria, pois as tecnologias mais avançadas, inclusive de ligações e tecnologia de concreto, não se viabilizam em canteiro, pela falta de ambiente propício para tal. É muito importante esse desenvolvimento, que passa por toda a cadeia produtiva, governos e iniciativa privada, além de todas as entidades parceiras e afins que podem contribuir de forma adequada cada uma em sua área de atuação. Precisamos de um planejamento claro e estruturado a fim de atingir o objetivo".
A participação na Austrália de Íria foi concluída com a aula, que ministrou juntamente com o coordenador da Comissão 6 David Fernández-Ordóñez, para alunos da disciplina de concreto da Universidade de Canterbury, em Christchurch. A disciplina é coordenada pelo professor Stefano Pampanini, também membro da C6, que fez o convite aos dois profissionais. "Tive a oportunidade de explicar um pouso sobre a evolução do sistema no Brasil e apresentar alguns cases de obras brasileiras", diz Íria. "Aceitar o convite do professor Stefano e me preparar para este momento, juntamente com o David, agregou muito conhecimento e faz parte das nossas atividades junto ao meio acadêmico que consideramos como de fundamental importância e que agora já transcendem as nossas fronteiras".

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