Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 17 - julho de 2019

ABCIC EM AÇÃO

ABCIC Networking IV teve como destaque a sustentabilidade na construção civil

Evento destacou o “Road Map” da indústria cimenteira, as soluções para aumento de produtividade na indústria e, no debate, abrangeu temas como habitação e infraestrutura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Martin Maass, da Progress Group no Brasil, enfatizou em sua palestra a importância dos sistemas do tipo carrossel para o aumento da produtividade de empresas fabricantes de elementos de concreto 

Com o tema central "A Indústria do Cimento no Brasil", a quarta edição do Abcic Networking reuniu no dia 25 de abril fabricantes e fornecedores associados, representantes de entidades da construção civil, engenheiros projetistas e parceiros da Abcic, promovendo o relacionamento direto entre os participantes, além de divulgar um conteúdo relevante sobre tecnologias de pré-fabricados em concreto. 
Durante a abertura, Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, comentou sobre o contexto da última edição do evento. "Esse encontro ocorre em um momento importante para o setor, pois voltamos há pouco de nossa Missão Técnica ao Japão e Alemanha. Nossa visão contempla como estratégia o monitoramento das tendências internacionais. Além da oportunidade de visitar fábricas e obras no Japão com uma das principais empresas construtoras do país, estivemos na semana seguinte na Alemanha, onde visitamos importantes indústrias, inclusive uma promovida pela associada Progress, que hoje patrocina nosso evento. Também dedicamos um dia e meio à bauma, feira por nós considerada a mais importante para a pré-fabricação em concreto. O que será apresentado aqui pela Progress é uma continuidade de parte do que vimos na Alemanha, associado aos avanços da tecnologia de concreto, que sem dúvida enseja o debate ou reflexão num momento oportuno”.  
Dentro da programação, Íria destacou ainda a presença do convidado especial, Paulo Camillo Penna, Presidente da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) e do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria Cimenteira), lembrando que a ABCP foi a incubadora da Abcic em suas ações relacionados aos sistemas construtivos à base de cimento. “Considerei oportuno, após ter representado nosso setor em algumas ocasiões em que tive a oportunidade de assistir a palestra do Paulo. É uma honra tê-lo conosco após praticamente um ano de sua gestão na ABCP para reforçarmos ainda mais este relacionamento e trazer aos nossos associados um ‘overview’ sobre a indústria cimenteira, fornecedora fundamental em nosso negócio”, observou.  
A primeira apresentação foi do engenheiro Martin Maass, gerente de vendas da Progress Group no Brasil. Baseado na experiência da empresa especializada em sistemas pré-fabricados em concreto, Maass falou sobre algumas técnicas já empregadas na Europa que têm grande potencial de emprego na situação brasileira, sendo a fabricação e utilização de painéis alveolares a principal delas. Além disso, o representante da Progress Group enfatizou a importância dos sistemas do tipo carrossel para o aumento da produtividade de empresas fabricantes de elementos de concreto. 
Maass ainda comentou algumas particularidades do sistema industrializado de concreto na Tailândia responsáveis por transformar o setor da construção civil no país asiático. "Havia um problema de mão de obra pouco qualificada e emprego de técnicas artesanais. Hoje, graças à adoção do sistema industrializado de concreto no país, o problema habitacional representado por uma densidade demográfica cinco vezes maior que a brasileira foi amenizado. Esse país já produz módulos pré-fabricados que chegam prontos ao canteiro de obras, assim como painéis estruturais, sendo essa uma tecnologia empregada desde 2010", pontuou. 
A segunda palestra ficou por conta de Camillo Penna, da ABCP, que falou sobre as realidades e perspectivas da indústria do cimento. Segundo Penna, essa é uma atividade industrial que vem se consolidando há décadas e, mesmo com a crise de alguns anos atrás, conseguiu manter-se sólida em termos de capacidade de produção. Hoje, a consolidação da indústria do cimento ao longo dos anos está prestes a ter resultados práticos relevantes, sendo as demandas da infraestrutura as grandes responsáveis por esse desenvolvimento. 
Para ilustrar tal expectativa, Penna exemplificou ao citar a última edição da revista Industrializar em Concreto, publicação da Abcic, que abordou na matéria de capa o emprego de pré-fabricados de concreto em obras de infraestrutura viária; um dos segmentos mais promissores para a indústria cimenteira, segundo Penna, é o dos pavimentos de concreto. "Isso acontece por causa da viabilidade econômica desse tipo de pavimento. Além disso, é uma solução mais sustentável, pois exige menos iluminação artificial em vias e rodovias se comparada aos pavimentos de asfalto, que refletem menos luz", avaliou o presidente da ABCP, que projeta para os anos de 2020 e 2021 a grande demanda por cimento impulsionada pela infraestrutura, o que está em consonância com as ações e a visão da ABCIC.    
A sustentabilidade da indústria do cimento foi um ponto aprofundado pelo palestrante, em especial as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. "Recentemente, a ABCP fez o lançamento da publicação Roadmap em Brasília, trabalho desenvolvido em parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA), o Banco Mundial, universidades brasileiras e seis empresas de cimento. O estudo trata principalmente sobre a emissão de dióxido de carbono pela indústria brasileira e meios de mantê-la sob controle num período projetado de 2014 até 2050", disse Penna. 
Em seguida, o presidente da ABCP exemplificou as medidas tomadas e propostas para tal fim. "A primeira delas foi a revisão de normas do cimento - com atenção especial às adições -, que estavam inalteradas há algum tempo. As adições são fundamentais, pois irão responder pela redução de 79% das emissões de dióxido de carbono até 2050. Outro ponto importante para a manutenção da sustentabilidade na indústria do cimento é o estímulo ao uso de combustíveis alternativos, com potencial de redução de 13% das emissões. Em terceiro lugar, vem a eficiência energética, tema trabalhado pelo Brasil desde há muito tempo e, por fim, a utilização de novas tecnologias focadas na captura e estocagem de carbono", disse. Ao final da palestra, ele entregou uma cópia do Roadmap à presidente executiva da Abcic. 
O encerramento do Abcic Networking IV ficou sob responsabilidade de Carlos Gennari, membro do conselho da entidade. "Hoje discutimos muito sobre a realidade brasileira e caminhos que devemos tomar para fazer o país crescer, sendo a infraestrutura o principal deles. Estivemos há pouco no Japão, país com infraestrutura muito desenvolvida, e constatamos tanto a presença da pavimentação de concreto quanto obras de arte, pontes e viadutos feitos com pré-fabricados de concreto. Portanto, sabemos que esse deve ser o caminho para estimular as obras de infraestrutura no Brasil que, por sua vez, irão incentivar todos os demais setores", pontuou. 
Entre os presentes do Abcic Networking IV estava Arnaldo Battagin, gerente de tecnologia da ABCP, que fez algumas considerações sobre os assuntos abordados durante o evento. "A pré-fabricação é reconhecida como um segmento muito importante, como, por exemplo, em países onde a técnica é uma referência de sustentabilidade, pois racionaliza a utilização de materiais e garante outros aspectos positivos, como diminuição de ruídos e resíduos em obras. Sobre o assunto tratado hoje, acho de extrema importância, pois o cimento é o termômetro da construção civil. Acredito que a Abcic é uma das associações mais desenvolvidas do setor, pois conseguiu um alto nível de qualidade, criando seu próprio selo de excelência", avaliou. 
Prestigiaram o Abcic Networking IV João Alberto de Abreu Vendramini, presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE); Inês Battagin, superintendente do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-18), Júlio Timerman e Paulo Helene, presidente e diretor técnico do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon), respectivamente. 

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