Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 17 - julho de 2019

ARTIGO TÉCNICO

ANÁLISE DE REQUISITOS DE HABITABILIDADE DE PLACAS DE CONCRETO ALVEOLAR EM SVV DE EDIFICAÇÕES

2. Amostra
Os sistemas construtivos apresentam particularidades em suas características que influenciam seu comportamento térmico e acústico, tais como a sua geometria (espessura e câmaras de ar), a densidade do concreto e materiais de junta e fixações necessários ao acabamento. 
A amostra destinada para as análises consistiu em uma placa de concreto pré-fabricado, fabricada em sistema alveolar, utilizada em sistemas de vedação vertical (SVV), tendo o seu formato retangular, apresentando uma densidade específica de 2400 kg/m³. As Figuras 01 e 02 apresentam detalhes da amostra de análise.

Figura 01: Perspectiva da amostra

Figura 02: Dimensões internas da amostra em cm

A amostra apresenta uma densidade superficial de 262 kg/m², assemelhando-se a placas de concreto maciças de 10 cm de espessura (240 kg/m²) e 12 cm (288 kg/m²). Tais relações foram levadas em consideração para a análise dos resultados.
A seguir, apresenta-se as propriedades térmicas dos materiais utilizados, representadas na Tabela 01 e 02, sendo estas propriedades estipuladas conforme a ABNT NBR 15220 (ABNT, 2005).

Obs.: espessura (e), condutividade térmica (λ), densidade de massa aparente (ρ) e calor específico (c).
Tabela 01 – Propriedades termo físicas dos materiais
Fonte: Adaptado de NBR 15220-2

Obs.: resistência térmica superficial interna (Rsi), resistência térmica superficial externa (Rse) e resistência térmica de câmaras de ar ≥ 5,0 (Rar). 
Tabela 02 – Resistência térmica do ar 
Fonte: Adaptado de NBR 15220-2

3. Métodos
Os métodos seguiram padrões de avaliação normatizadas, com procedimentos e equipamentos distintos para cada fim.
3.1 Desempenho Térmico
Para a verificação da propriedade térmica da amostra, a mesma foi submetida ao procedimento de cálculo prescritos pela ABNT NBR 15220 – 2 (ABNT,2003), sendo considerado o preenchimento das juntas com o mesmo material dos painéis, conforme as equações seguir.
Rt = ∑ e / λ     e    RT = Rsi + Rt + Rse

Onde, Rt: Resistência térmica do componente (m².K/W);  RT: resistência térmica total;  e: Espessura da camada (m); λ: Condutividade térmica de um material (W/m.K);  RT: Resistência térmica total dos materiais que compõem o sistema (m².K)/W.
O valor da transmitância térmica (W/(m².K)) é obtido através da expressão:

U = 1 / RT

A capacidade térmica de componentes pode ser determinada pela equação abaixo.
CT = ∑ ei*ci*ρi
Onde, ci: Calor específico do material da camada: ρi: Densidade de massa aparente do material da camada.
O atraso térmico é determinado através da expressão:
φ = 1,382*Rt*√B1+B2    
 onde:  B1=0,226*(CT-CText/Rt)
 e  B2=0,205*((λ*ρ*c)ext/Rt)*(Rext-((Rt-Rext)/10))

Onde, CText é a capacidade térmica da camada externa do componente.
O fator de ganho de calor solar de elementos opacos (ou apenas fator solar de elementos opacos) é dado pela expressão:
FSo = 100*U*α*Rse
Onde: α é a absortância à radiação solar – função da cor; e, Rse é a resistência superficial externa tabelada.
Conforme os resultados obtidos através do procedimento simplificado, parte-se para a classificação conforme os requisitos de desempenho térmico de sistemas de vedações verticais (SVV) presentes na ABNT NBR 15575-4 (ABNT,2013), apresentados nas Tabelas 03 e 04.

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