Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 10 - abril de 2017

PONTO DE VISTA

BIM é uma construção virtual inteligente


Além dos benefícios técnicos, quais são os impactos do uso do BIM nos negócios das construtoras?
É possível trabalhar de uma forma muito mais transparente, porque o BIM é a melhor ferramenta para socializar as informações. O contratante sabe exatamente o que vai ser construído, em que prazo, em que condições, qual a quantificação exata, e com isso se evita, também, possíveis desvios. 


Quais os maiores entraves na implantação do BIM?
É única e exclusivamente o conhecimento. Hoje o mercado está maduro e existem empresas que podem fornecer uma modelagem para construtora para que ela utilize o BIM. 


A utilização do BIM muda as áreas de projetos, planejamento, orçamentos e canteiro de obras de uma construtora?
Sim, ela muda pra melhor. Todos começam a fazer engenharia e não existe mais a improvisação. Quando se constrói um prédio virtualmente, nós conseguimos ver, antes de começar a obra, todas as interferências possíveis. Então, pode-se melhorar o canteiro de obra, seu planejamento, o departamento de suprimentos e de engenharia. 


Como o BIM pode melhorar a produtividade dos projetos no Brasil?
A partir do momento em que é feita a projeção da obra em 3D, diminui-se bastante as não conformidades de um projeto, o que resulta num aumento da produtividade. Uma empresa que projeta em 3D gasta menos tempo e num custo menor do que quando ela projetava em 2D. 


Quais análises já são possíveis de ser feitas nos modelos em BIM?
Eu considero que o uso do BIM vai privilegiar as empresas que fazem engenharia tanto de projetos quanto de construção. 


Já encontram fornecedores que atendam as demandas em BIM? Como a cadeia produtiva está se organizando?
Hoje, já existem empresas que estão se mobilizando pra fornecer os entregáveis em BIM, como o projeto e o planejamento. Já existe um movimento muito grande nesse sentido.


Shopping Center Cantareira, executado pela Sinco e estrutura pré-fabricada fornecida pela CPI Engenharia. A obra também ilustra a capa desta edição da Industrializar em Concreto. 


Poderia fazer uma avaliação sobre o uso das dimensões (3D a 7D) nas construtoras brasileiras?
As construtoras brasileiras estão começando a fazer o uso da 3D, indo para o 4D. Poucas estão fazendo o 5D. Já o 6D, não conheço ou vi nenhuma empresa fazendo e do 7D para frente, ninguém fez. Em 3D, as obras são feitas virtualmente na terceira dimensão colocando informações técnicas. Em 4D, pega-se essa modelagem e passa para o planejamento, conseguindo ver a obra crescer. Em 5D, adiciona-se o orçamento e controle de custo. Já em 6D é a operação da obra, e em 7D para frente começa a questão da sustentabilidade. Na verdade, estamos ainda no começo e os outros países também. A vantagem é que o nosso nível tecnológico é o mesmo do mundo inteiro. 


O que é necessário fazer para alcançar um alto nível de implementação do BIM, como ocorre nos Estados Unidos e em países da União Europeia?
Começar, somente isso. 


Qual o modelo internacional de políticas públicas e ações de implantação do BIM que na ótica do Sinduscon seria mais adequado como referencial para o Brasil?
O governo brasileiro assinou recentemente um tratado com o Reino Unido para transferência de tecnologia em BIM. Esse tratado também foi feito com o governo do Chile e nós estamos muito próximos do que esse país está fazendo. Estamos seguindo o modelo inglês, porque é aquele que melhor engloba a parte de políticas públicas e privadas. 

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