Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 23 - setembro de 2021

GIRO RÁPIDO

Bruno Contarini, referência da engenharia estrutural

Homenagem

O engenheiro civil Bruno Contarini, um dos mais brilhantes profissionais da engenharia estrutural no país, faleceu no dia 8 de junho. Nascido no bairro carioca do Grajaú, em 1933, e formado pela Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil (atual UFRJ), em 1956, mesmo ano em que estagiou no Escritório Técnico Sidney dos Santos, onde realizou o cálculo estrutural e detalhou parte do viaduto Negrão de Lima, localizado em Madureira, na capital carioca.

Logo após, atuou na Stup (Sociedade Técnica de Utilização de Protensão) e na Construtora Sergio Marques de Souza, onde fez a variante em concreto protendido da ponte sobre o Rio Tocantins que, executada em balanços sucessivos, possibilitou o término da Rodovia Belém-Brasília. No final da década de 1950 foi para Brasília e conheceu o arquiteto Oscar Niemeyer, com quem trabalhou em cerca de 40 projetos, incluindo o Teatro e a Plataforma Rodoviária de Brasília, o Edifício da Universidade de Brasília (UnB), o Tribunal Superior de Justiça (STJ), o Supremo Tribunal Eleitoral (STE) e o Tribunal Regional Federal (TRF).
Pela Construtora Rabello S.A, Contarini executou inúmeras obras no continente africano e na Europa. Um dos desafios foi viabilizar, em parceria com Niemeyer, o projeto da Universidade de Constantine, na Argélia. O engenheiro atuou ainda na ESCA e VALEC até fundar a  B.C. Engenharia Ltda, em 1987. 
Considerado um especialista e uma referência quando se trata da construção de pontes e viadutos, Contarini atuou na construção da Ponte Rio-Niterói, uma das maiores obras da engenharia nacional. Durante a obra, que ocorreu ao longo da primeira metade dos anos 1970, esteve à frente de uma equipe que chegou a contar com 130 engenheiros e 10 mil operários. Com um vão em viga reta de 300 m de extensão, a ponte introduziu uma série de inovações. Pela primeira vez foi utilizada a tecnologia de ilhas flutuantes com equipamentos de perfuração de tubulões, , treliças de lançamento e dois equipamentos de colocação de aduelas.
Ele projetou ainda a ponte sobre o Rio Paraná, localizada em Presidente Epitácio, na divisa dos Estados de São Paulo e Mato Grosso, e a ponte do Rio Pelotas, no Rio Grande do Sul. 
Durante sua trajetória bem-sucedida, ele recebeu diversos títulos e homenagens: o 3° Prêmio Augusto Carlos de Vasconcelos, iniciativa da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) e da T&A, no final de 2014; o prêmio Emílio Baumgart, em 1997, concedido pelo Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon), o prêmio Paulo de Frontin, do Clube de Engenharia, em 2003; e o Prêmio Vitória, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim), em 2005.
Em 2015, o jornalista e escritor Nildo Carlos Oliveira (in memoriam) escreveu a obra “O Mestre de Resolver Estruturas”, contando a história de Contarini, desde sua infância. Com base em pesquisas e entrevistas com o próprio biografado e vários de seus colegas engenheiros, o autor enfatiza as soluções adotadas pelo especialista em diversos projetos de engenharia no País e em outras partes do mundo. 

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