Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 15 - dezembro de 2018

ARTIGO TÉCNICO

CONTRIBUIÇÃO DA ALVENARIA PARTICIPANTE NA RIGIDEZ LATERAL DE PÓRTICOS PRÉ-MOLDADOS DE CONCRETO

Foto: Figura 3 –Pórtico preenchido com pórtico rígido
Fonte: adaptado Elliott e Jolly, 2013

No Brasil, a Comissão CE-002:123.010 – Comissão de Estudo de Alvenaria Estrutural do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02) apresentou uma proposta de consideração da alvenaria participante em pórticos, abrindo essa possibilidade em edifícios com outros sistemas, atuando em conjunto com pilares e vigas na solução do contraventamento.

2. PROPOSTA DO PROJETO DE NORMA ABNT/CE-002:123.010 
Várias normas e códigos internacionais, como a canadense (CSA S304-14), a neozelandesa (NZS 4230-04) e o americano (TMS 402/602-16) fornecem prescrições de projeto para o uso de alvenaria participante. A seguir apresenta-se as especificações propostas no projeto de norma nacional ABNT CE-002:123.010, que segue modelo de barra diagonal comprimida. As paredes participantes devem estar ligadas e vinculadas aos elementos do pórtico para criar uma ação composta como um todo, devendo ser projetada para resistência e rigidez, observando a ação conjunta. Os elementos de pilar ou viga em contato com a alvenaria participante devem ser dimensionados, considerados os esforços obtidos no modelo, considerando a diagonal equivalente, majorados por um fator adicional igual a 1,1. A força cortante transferida pela diagonal equivalente deve ser considerada no dimensionamento dos pilares, conforme Figura 4.

Considerar força cortante no pilar 

Foto: Figura 4 – Posição sugerida da força diagonal resultante para dimensionamento dos pilares

A largura da diagonal comprimida (w), deve ser tomada das Equações 1, 2 e 3.:

Onde,
αH = comprimento de contato vertical entre o pórtico e a diagonal comprimida;
αL = comprimento de contato horizontal entre o pórtico e a diagonal comprimida.


Onde,
Ea, Ep = módulos de elasticidade do material da parede de alvenaria e do pórtico;
H, L = altura e comprimento da parede de alvenaria participante;
tap = duas vezes a soma da espessura das paredes longitudinais do bloco vazado não totalmente grauteado ou a espessura da parede para o tijolo ou bloco vazado totalmente grauteado;
Ip, Iv = momentos de inércia do pilar e da viga do pórtico, respectivamente;
θ  = tan-1 (H/L), graus.
Para melhor visualização, na Figura 5 pode-se identificar graficamente as incógnitas citadas.

A rigidez da diagonal comprimida efetiva utilizada nos cálculos dos esforços e deslocamentos é calculada pela Equação 4.

 Eq. 4
onde,
l= o comprimento da diagonal comprimida; 
φst=     fator a ter em conta a redução de rigidez tomado como 0,5 (leva em conta a fissuração da alvenaria).
A altura efetiva da diagonal comprimida para efeitos de esbeltez deve ser considerada igual ao comprimento de projeto da diagonal, l, diminuído de w/2. 

Figura 5 – Modelo da diagonal comprimida em alvenaria participante

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