Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 13 - maio de 2018

CENÁRIO ECONÔMICO

Finalmente a virada?

Em fevereiro, a produção física industrial dos insumos típicos da construção cresceu 2,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi a quinta alta consecutiva nessa comparação interanual. Com esse resultado, a indústria de materiais registra alta acumulada nos dois primeiros meses do ano de 3,3%. 
Índice de Confiança (IC) - Cadeia de Produção da Construção - Dessazonalizada

O resultado é uma média do crescimento das diversas indústrias que compõem o indicador do IBGE: a produção de artigos de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e afins e a produção de produtos cerâmicos registraram alta de 4,3% e 4,4%, respectivamente no primeiro bimestre na comparação com o mesmo período de 2017, enquanto a fabricação de cimento e de tubos e acessórios de plástico tiveram quedas de 7,9% e 0,6%, nessa ordem.  
Além de desigual, outro aspecto que deve ser destacado é que mesmo com o crescimento dos últimos cinco meses, a produção da indústria de materiais está 28% abaixo do patamar alcançado em fevereiro de 2014.  
Esses resultados são indicativos de que o movimento de recuperação avança muito lentamente e tem um longo caminho a percorrer. A boa notícia é que há sinais importantes de que a retomada começa a se disseminar por toda a cadeia setorial comandada pela construção. Vale lembrar que em 2017, apenas o segmento do varejo de materiais de construção registrou desempenho positivo, refletindo a alta na demanda das famílias.
Em 2018, a demanda das empresas da construção vem ganhando mais força. As sondagens da FGV realizadas com todos os segmentos da cadeia da construção já vinham mostrando a alta da confiança ao longo do ano passado. Nos três primeiros meses do ano, a melhora da confiança dos empresários da cadeia ganhou mais consistência - já registra alta de quase 10 pontos na comparação de março com março de 2017, se aproximando do nível que representa otimismo.
É importante observar que as sondagens da FGV tratam apenas do curto prazo, ou seja, refletem uma percepção claramente mais favorável dos empresários ligados ao setor da construção para os próximos três meses. No entanto, como a construção tem ciclo longos é muito provável que essa dinâmica positiva se estenda ao longo do ano. 
Deve-se destacar que nesse momento a principal força propulsora do crescimento do setor da construção é o mercado imobiliário residencial.  De fato, nos primeiros três meses do ano, o ICST de Edificações Residencial foi o que mais contribuiu o aumento da confiança do setor.
Os números da Associação Brasileira de Incorporação Imobiliária (ABRAIC) mostraram que em 2017 houve aumento no número de lançamentos (29,7%) e nas vendas (15,3%) em comparação a 2016, e que o número de distratos – cancelamento de vendas – diminuiu.  O crescimento do ICST de Edificações Residenciais sinaliza que o quadro continuou favorável nos três primeiros meses do ano. 
Assim, o cenário começa mais promissor para o setor, com fortes indicativos de que em 2018, o PIB setorial conseguirá registrar variação positiva, depois de 4 anos consecutivos de queda. A redução da taxa de juros deve favorecer também os outros segmentos do setor, além de edificações residenciais.
Mas infelizmente toda a melhora observada até o momento não permite falar de longo prazo, ou de continuidade dessa inflexão nos próximos anos. 
O segmento de infraestrutura é o que mais sofre com as incertezas do momento. A crise fiscal não resolvida jogou para o próximo governo decisões difíceis que continuarão a afetar a capacidade de investimento do setor público. 

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