Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 6 - dezembro de 2015

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Importância social do pré-fabricado de concreto

A construção de escolas em todo o país com o sistema construtivo evidencia seu papel para alavancar projetos de interesse social. Na construção habitacional, o sucesso é idêntico, com várias obras em andamento

No projeto das 136 escolas foi determinado que todas as estruturas pré-fabricadas (vigas, pilares e lajes), fossem padronizadas ao máximo para diminuir a variedade de peças


Atualmente está em andamento, na cidade do Rio de Janeiro, aquela que é considerada a maior obra com o uso de pré-fabricado de concreto da América Latina. Até o fim de 2016, devem estar concluídas 136 novas, dentro do programa da Prefeitura do Rio denominado Fábrica de Escolas do Amanhã Governador Brizola. E os números por trás desse projeto dão a dimensão exata da monumental empreitada: serão utilizados nada menos que 200 mil m³ de concreto, com a produção e montagem de 80 mil peças de pré-moldado de concreto entre vigas, pilares e lajes alveolares. 
De acordo com o líder do projeto, o engenheiro Luiz Paulo Hedi, diretor de obras escolares da RioUrbe – Empresa Municipal de Urbanização do Rio de Janeiro, responsável por obras na área da educação na cidade, uma equipe multidisciplinar foi criada com o objetivo de elaborar um projeto executivo que atendesse as novas políticas educacionais do município, cuja meta principal é ter 35% das crianças estudando em período integral, com sete horas de aula por dia, já em 2016. “O investimento total que será feito na construção das novas escolas é de R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 1,4 bilhão na primeira etapa das obras”, informa Hedi, acrescentando que os bairros de Realengo, Santa Cruz, Campo Grande, Jacarepaguá e Curicica, nas zonas Norte e Oeste da cidade, serão os mais beneficiados com as novas unidades de ensino. Das 136 novas escolas, 34 serão instaladas em zonas pacificadas, o que confirma o impacto social do empreendimento. 
Após análises preliminares da equipe técnica da RioUrbe, foi desenvolvido um modelo arquitetônico, baseado no uso de pré-moldado de concreto e painéis de vedação termoacústicos, adaptável a terrenos com diferentes configurações. “Criamos 16 modelos diferentes de edificações, sendo oito para escolas e oito para Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI)”, explica o engenheiro e projetista João Luis Casagrande, do escritório Casagrande, encarregado da maioria dos projetos executivos das obras.


Hedi, da RioUrbe: “O uso de sistemas construtivos mais modernos permite que as obras sejam executadas em dez meses”


Com o objetivo de ter um conceito de fábrica e de produção em série das unidades, o projeto das 16 tipologias foi desenvolvido em estrutura de concreto pré-moldada definindo quatro vãos típicos para modulação de vigas e pilares, reduzindo ao máximo a variedade de peças. As tipologias possuem dois ou três pavimentos com 3,55 metros de altura e vãos de 2,72m, 3,87m, 5,44m e 7,32m. “O foco foi o melhor aproveitamento tanto das estruturas metálica da fixação de painéis quanto da estrutura pré-fabricada de concreto”, explica Casagrande. 
Além desse dimensionamento, o projetista informa ainda que as vigas pré-moldadas foram detalhadas com 64 cm de altura e largura de seção variável (de 20 cm a 40 cm) para uniformizar a largura dos consoles de apoio nos pilares e reduzir o volume de concreto, bem como diminuir o peso das peças para facilitar a montagem, considerando que, em alguns locais da cidade, é necessário subir morros de difícil acesso, especialmente para guindastes de grande porte. 
Todos esses cuidados, que começaram já no projeto básico, foram necessários para atender a determinação dada pela Prefeitura de se ter uma obra concluída rapidamente. “A utilização de sistemas construtivos mais modernos e ágeis permite que, dependendo da topografia do terreno, as obras sejam executadas em dez meses. Como é um projeto todo modular e que não demanda escoramento resulta numa obra simples e limpa”, comenta o diretor de obras da RioUrbe, Luiz Paulo Leite Hedi. 

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