Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 24 - dezembro de 2021

DE OLHO NO SETOR

Importantes eventos do setor da construção civil destacam a pré-fabricação de concreto

Diferentes contextos ressaltaram a industrialização em concreto como uma importante solução de engenharia ligada à transformação digital, para atender projetos de múltiplas áreas com produtividade, qualidade e sustentabilidade.

Na avaliação de Sérgio Scheer, presidente da Associação Nacional de Tecnologia e do Ambiente Construído (ANTAC), a industrialização e a digitalização podem contribuir para diminuir a baixa produtividade na construção. Como coordenador do Grupo de Trabalho Consultivo (GTC) da Meta 8 do Chamamento Público do Ministério da Economia para promover ganhos de produtividade e competitividade na construção civil, ele comentou sobre os objetivos desse trabalho e o que está em andamento. 

Ademais, ele ponderou que há alguns fatores burocráticos que, realmente, precisam ser revistos para a plena disseminação da industrialização no país, como a parte tributária e fiscal deste segmento, e os processos licitatórios que o envolvem, que ainda são entraves no Brasil. “Há também alguns mitos que precisam ser derrubados, como o argumento de algumas pessoas que dizem que a automatização, caminho natural para soluções industrializadas, gerará perda de emprego no setor. Pelo contrário, os profissionais serão treinados para lidar com os novos sistemas e realocados quando necessário”, explanou.

A construção modular, conforme análise de Scheer, traz mais controle e qualidade aos processos fabris, além de deixá-los mais eficientes e produtivos. Sobre digitalização, ele disse que o BIM é uma expressão de inovação que liga a outras tecnologias disruptivas, colaborando para que os usuários de cada uma das dimensões adquiram um novo modo de pensar, que facilite a integração de todos os sistemas. 

Para o engenheiro projetista de estruturas Augusto Pedreira de Freitas, sócio-diretor da Pedreira Ônix, o momento do pré-fabricado é agora. “Estamos muito próximos de ter sistema residencial modular 2D realmente implantado no âmbito das moradias, visto a crescente busca do mercado pela construção off-site. Falta pouco, mas isso pode se tornar um grande problema se não quebrarmos as barreiras tributárias que impedem o avanço mais acelerado da industrialização na construção. É hora de darmos esse passo”.

Ele ponderou ainda que a área de engenharia estrutural tem toda condição de desenvolver projetos para o sistema industrializado, mas é preciso aumentar o número de profissionais aptos para trabalhar com o sistema. “Um mau desenvolvimento pode gerar um problema na montagem do sistema”, pontuou. 

Por fim, Freitas tratou da norma de Painéis de parede de concreto pré-moldado – Requisitos e procedimentos, a ABNT NBR 16475, ressaltando que ela foi trabalhada com muito empenho e possui elementos para projetar e para profissionais ampliarem seu conhecimento. 

Jornada Tecnologias e Sistemas Construtivos

Já na Jornada Tecnologias e Sistemas Construtivos, promovido pela AECWeb com a curadoria do jornalista e consultor Eric Cozza, o sócio-diretor da Pedreira Ônix ministrou apresentação que tratou de sistemas construtivos industrializados de concreto. Ele iniciou sua palestra mostrando como se constrói nos dias atuais e levando os participantes à reflexão sobre os motivos pelos quais não se altera a forma de construir. “Desde quando utilizo o mesmo formato? Será que o que descartei há anos não evoluiu nada? O que a concorrência anda fazendo”, questionou Freitas, que acrescentou que é preciso repensar algumas decisões que foram tomadas anteriormente. 

Segundo Freitas, quando se aceita aplicar um novo sistema construtivo, é preciso verificar qual seria o ideal para o empreendimento, a construtora, a forma de construir. Mas, não basta querer, é necessário entender um pouco mais sobre o sistema e ter em mente os objetivos que a empresa está buscando em seu processo construtivo. “Não existe um sistema ideal para todos os projetos. A análise da vocação de cada empreendimento e de cada construtora é fundamental”, pontuou.

Outros pontos a serem avaliados são a viabilidade e as condições da construção, uma vez que o clima pode interferir no canteiro de obras; a disponibilidade de mão de obra; as legislações locais e as restrições do entorno, pois as estruturas precisaram ser movimentadas da fábrica ao local; a implantação, a fim de saber se o canteiro fornece condições de receber, por exemplo, uma usina; as características do empreendimento; os prazos da obra; a equipe de projeto, se todos estão alinhados ao sistema construtivo proposto; e a flexibilidade arquitetônica. 

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