Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 19 - julho de 2020

DE OLHO NO SETOR

Incentivo à construção industrializada

A Abcic participa de uma nova iniciativa do Ministério da Economia, que tem o objetivo de elevar a produtividade e a competitividade do setor da construção civil brasileira. E, a industrialização é parte fundamental desse processo

Rodrigo Navarro e Laura Marcellini: "No mês de junho realizamos pesquisa com as entidades participantes e mais outras entidades do setor para levantar as principais ações e diretrizes das entidades e suas visões sobre as principais barreiras à difusão da construção industrializada no país e publicações relevantes"

Dessa maneira, na análise do coordenador técnico do Termo de Colaboração RECEPETi e Ministério da Economia, a industrialização é peça-chave para esse desenvolvimento. “Felizmente, o edital contempla essa questão, trazendo a oportunidade para o debate e para revisitar uma série de aspectos que hoje são entraves para industrialização, dificultando uma utilização ainda maior”. 
Conforme depoimento de Rodrigo Navarro e Laura Marcellini, presidente e diretora técnica da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), respectivamente, a entidade assumiu a liderança da meta 9 e do Grupo de Trabalho Consultivo,  composto por nove entidades do setor, com acompanhamento de membros da equipe do Ministério da Economia. Além da Abcic, fazem parte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Associação Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído (ANTAC), Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem), Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), Associação DRYWALL e Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). 
“No mês de junho realizamos pesquisa com as entidades participantes e mais outras entidades do setor para levantar as principais ações e diretrizes das entidades e suas visões sobre as principais barreiras à difusão da construção industrializada no país e publicações relevantes. O resultado desta pesquisa será utilizado como base para a elaboração, até o final de 2020, de um Plano Estratégico de difusão da construção industrializada no Brasil, e também de estudos que serão desenvolvidos paralelamente com objetivo de propor caminhos para solução das principais barreiras: Falta de Isonomia Tributária (estudo 1), Modelos de financiamento (estudo 2), e Adequação de legislação de licitações/contratações de obras públicas (estudo 3). Para 2021 estão previstas ações de comunicação e capacitação para o setor sobre o tema”, revelaram Navarro e Marcellini.
Sobre a Abcic, Koerich comentou que ela foi convidada a participar como parte do GTC por ser a representante do setor, podendo, enfim, opinar e debater, com a finalidade de contribuir para a elaboração do plano de trabalho a ser executado.
Remontando a história das ações voltadas à industrialização no âmbito da interface com o governo federal, a engenheira Íria Doniak relembrou que tudo teve início com o PIT (Programa de Inovação Tecnológica), estabelecido pela CBIC, no qual um dos obstáculos para a modernização da construção civil no diagnóstico realizado à época, havia sido a tributação que penalizava os sistemas construtivos industrializados. Desse modo, foi criado o GT (Grupo de Trabalho) Industrialização para analisar a questão tributária que resultou em um diagnóstico conduzido sob a consultoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este grupo já era coordenado pela ABRAMAT.
“Desse período até hoje, já foram muitos os avanços. Por meio desse GT, publicamos o volume I do Manual da Construção Industrializada no âmbito da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), que apoiou e coordenou os trabalhos. Esse manual é um importante referencial bibliográfico. Recentemente, foi produzido o folder sobre a industrialização, sua importância e seus desafios, que conta também com a chancela do Ministério da Economia. Todas estas publicações se encontram no site da entidade”, comentou Íria.
Nesse histórico, conforme mencionou Íria, a industrialização da construção tem 12 anos de um trabalho sério e árduo para demonstrar que os setores que a representam estão preparados tecnologicamente para atender as demandas, mas carecem do desenvolvimento de políticas públicas que impulsionem esta demanda. 
“Trata-se efetivamente de uma agenda da construção civil e do país. Participar deste grupo ao longo do tempo e agora integrando este desafio do edital e com a estrutura sendo organizada pela RECEPETi, com a coordenação do GT no contexto da meta 9 pela Abramat, demonstra que está havendo continuidade. Trabalharemos com afinco no que nos couber, na expectativa de que hajam novos desdobramentos que alavanquem as pautas da industrialização. Estaremos também à disposição para contribuir no que for possível em relação a outras metas que possam ter interface conosco. É uma iniciativa relevante do Ministério da Economia”, concluiu Íria. 
Como a maior parte do edital é destinada ao BIM, o coordenador técnico do Termo de Colaboração ressaltou sua importância para o setor da construção. “O BIM é um processo de construção virtual, ou seja, pela tecnologia que o BIM oferece, é possível construir a obra antes de ela existir. E, isso, é uma mudança de paradigma muito grande, porque podemos prototipar a construção antes de ela existir”, afirmou. “Contudo, ainda precisamos ampliar a visão do BIM. E, o grande desafio que o mercado está começando a entender é que o que realmente muda é a forma de fazer o projeto e de construir, além da quantidade de informações as quais temos acesso. Certamente, vai possibilitar industrializar ainda mais a construção porque tudo poderá ser prototipado”. 
Desse modo, na avaliação da Koerich a mudança impactará toda a cadeia produtiva, alterando até mesmo como a obras serão contratadas e a inclusão de novas tecnologias que, hoje, parecem distantes do setor da construção. “Por ser algo radical, não irá acontecer de uma hora para outra. Mas, é importante lembrar que nesse edital, em uma das metas, está a realização de um protótipo de sensores de Internet das Coisas, para ser usados, talvez, em uma construção pré-moldada”, finalizou. 

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