Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 24 - dezembro de 2021

PONTO DE VISTA

Industrializar é uma vontade de todo o setor da construção

Por que a Lucio optou pela industrialização? 

A Lucio é uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos e adquiriu muita experiência com os altos e baixos dos vários ciclos pelos quais passou. Sofremos com a falta de mão-de-obra nos momentos de aquecimento do setor, e com a necessidade de se desfazer das equipes em momentos de crise. Há um esforço enorme para se manter os cronogramas nas construções convencionais, além da necessidade de se administrar uma grande quantidade de operários nos canteiros, com toda sorte de riscos que os sistemas mais artesanais têm por definição. Industrializar é uma vontade de todo o setor. 

A industrialização está sendo avaliada nos próximos empreendimentos?

Ter a possibilidade de adquirir sistemas ou parte deles de uma indústria que produz em ambientes controlados, com menos desperdício e mais qualidade é um caminho sem volta para a Lucio. Estamos desenvolvendo novos projetos. E, em todos eles, procuramos dar foco na possibilidade de se industrializar, se não totalmente, pelo menos nas partes possíveis. 

Como a industrialização tem auxiliado a Lucio?

A construção convencional atingiu um nível de qualidade muito bom, com todos os movimentos de racionalização e implantação de sistemas de gestão eficientes. Contudo, continuamos com baixa produtividade e sujeitos às condições de clima, disponibilidade de mão de obra, e muito tempo de exposição a riscos naturais dos processos construtivos convencionais. Por isso, acreditamos, e já tivemos boas experiências, que podemos produzir imóveis de excelente qualidade e com custos e prazos adequados ao nosso negócio, com uma equipe técnica reduzida e dedicada ao controle de processos mais globais, contando com os especialistas das indústrias para as soluções mais técnicas. É uma soma de conhecimentos que está dando certo.

Quais são os principais benefícios da industrialização para a Lucio?

São inúmeros os benefícios, como, por exemplo, precisão dimensional, qualidade dos produtos testados na indústria, aumento de produtividade, menor risco de acidentes, entre outros. Mas, podemos eleger como principal benefício a previsibilidade de custos e prazos. Dificilmente teremos surpresas nestes dois itens de controle, tão importantes para as obras, quando optamos por sistemas industrializados.

Recentemente a Lucio adotou um mix de sistemas construtivos industrializados em um dos seus empreendimentos. Especificamente em relação ao pré-fabricado de concreto aplicado na estrutura como foi a experiência e os resultados principais obtidos pela construtora?

Além das construções com pré-fabricados de escolas, casas e galpões que fizemos no passado, nos últimos anos executamos três empreendimentos cujos edifícios garagem foram pré-fabricados em concreto, montados com rapidez e muita qualidade. Com estas experiências na bagagem, decidimos construir um prédio corporativo de aproximadamente 10.000 m² totalmente em concreto pré-fabricado em 2020. Foi um sucesso em termos de prazo, custo e qualidade. A estrutura foi montada em 90 dias corridos. Como comparação, a etapa estava planejada para ser edificada em 150 dias pelo método convencional.

O mundo aponta a industrialização como o caminho para alcançar maior produtividade, sustentabilidade, qualidade e segurança na construção. Em sua análise, quais os obstáculos para que o setor alcance um alto nível de industrialização no Brasil?

A primeira barreira que nos deparamos quando estudamos sistemas industrializados é a do custo. Nossa proposta é de que não se deve comparar custos estanques das etapas entre sistemas industrializados e artesanais, sem levar em conta uma visão mais holística de todo o processo. Algumas perguntas devem ser feitas: Qual o tamanho de uma construtora que adota sistemas convencionais comparada com outra que adota sistemas industrializados? Qual a capacidade de se adequar às incertezas da economia brasileira? Qual é o tamanho do passivo a ser suportado? São questionamentos que devemos fazer constantemente, até porque muitas construtoras produzem muito bem com sistemas artesanais, e não se propõem a duvidar de si mesmas e enfrentar novos desafios. Esta onda de conscientização de que a sustentabilidade está muito ligada à industrialização de processos talvez impulsione o setor da construção civil para um novo patamar tecnológico e de produtividade.

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