Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 9 - dezembro de 2016

PONTO DE VISTA

Para coordenador do CTQ do SinduCon-SP, só com industrialização o Brasil supera gaps de produtividade

Engenheiro civil formado pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), de São Paulo, Yorki Estefan construiu uma trajetória profissional pontuada por um marcante perfil empreendedor, além de ser profundamente focado em questões ligadas a qualidade e uso de novas tecnologias e novos materiais na construção civil brasileira. Iniciou sua carreira como estagiário da construtora Construarc. Em 1990 fundou a Tecnum, construtora cuja atuação, desde seu princípio, foi marcada por uma aposta em programas de qualidade da gestão, investimento em certificações que enfatizavam a segurança no trabalho e o uso de insumos modernos. Um exemplo de tal pioneirismo em termos de inovação foi o uso de concreto de 125 MPa em uma das primeiras obras realizadas. 
Toda essa consciência quanto a qualidade e inovação, Estefan aplicou durante os anos de atuação da Tecnum até que, em 2009, decidiu deixar a empresa e ativar a construtora Conx, da qual é sócio e diretor de engenharia, cuja atuação é voltada para obras comerciais e residenciais. Em razão desse perfil focado em qualidade, hoje Estefan acumula sua atividade na Conx com a coordenação do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP. Foi nessa condição que ele falou a Industrializar em Concreto, enfatizando, entre outros pontos que “só com a industrialização será possível ao Brasil superar os gaps de produtividade quando comparados a outros países. A industrialização da construção pode e deve inclusive levar em conta os pequenos elementos que hoje são produzidos de forma artesanal nos canteiros”, destacou. A seguir, trechos da entrevista concedida:
 

Qual a expectativa do senhor, como representante dos construtores no Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusConSP, em relação à indústria do pré-fabricado de concreto?
 A industrialização da construção é, atualmente, o grande objetivo do SindusCon-SP para os próximos anos. Entendemos que nossa finalidade principal é viabilizar o aumento da produtividade da indústria da construção civil de forma geral e, em razão disso, o CTQ – Comitê de Tecnologia e Qualidade tem se engajado em inúmeras iniciativas setoriais com esse foco.
 

Como o pré-fabricado pode conquistar mais espaço nas obras voltadas para o mercado imobiliário?
O pré-fabricado no mercado imobiliário teria grande incentivo caso o setor conseguisse junto aos governos estaduais e também das prefeituras uma alteração da pauta fiscal, retirando a carga fiscal que incide sobre quem busca o aumento da produtividade por meio de uma maior utilização de sistemas construtivos industrializados. A legislação, inclusive para transporte de elementos pré-fabricados, deveria ser alterada para facilitar a logística nos canteiros de obra nas cidades.
 

Como analisa a adoção de sistemas construtivos em relação ao incremento da produtividade do setor?
Só com a industrialização será possível ao Brasil superar os gaps de produtividade quando comparados a outros países e a industrialização da construção pode e deve inclusive levar em conta os pequenos elementos que hoje são produzidos de forma artesanal nos canteiros. 
 

Qual sua avaliação, como construtor, do atual momento da pré-fabricação de concreto no Brasil? Como analisa o futuro da construção industrializada no país? 
Com a retração econômica e a queda relativa do custo da mão de obra, temos um fator a mais para dificultar a implantação de sistemas pré-fabricados em edificações residenciais e comerciais. Na área de logística que inclusive terá nos próximos anos uma taxa de crescimento superior ao do mercado imobiliário a pré-fabricação está consolidada e atua de acordo com os mais elevados padrões internacionais. Nos próximos anos, com a adequação das taxas de juros aqui praticadas a padrões internacionais teremos um grande incentivo à produção e precisamos nos preparar para esse momento.
 

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