Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 19 - julho de 2020

ESPAÇO EMPRESARIAL

Potencial de crescimento da indústria de pré-fabricado

A divulgação no Abcic Networking VII de que o Produto Interno Bruto (PIB) da Construção obteve uma elevação de 2% em 2019 em relação a 2018 reforçou o posicionamento de que o setor da construção deveria iniciar um novo ciclo de crescimento neste ano. Desde outubro, o segmento das estruturas pré-fabricadas de concreto vinha recebendo um número maior de consultas de novos projetos. Por isso, as perspectivas eram otimistas, com uma maior demanda de negócios já no início de 2020. 
Infelizmente, devido a pandemia, a partir de março de 2020, as consultas e as negociações diminuíram muito. Não se deve esperar muito desse mercado até o final do ano.  
É certo que o crescimento do mercado da construção impacta diretamente em nosso segmento. Porém, como a construção industrializada de concreto é um caminho sem volta, temos o potencial de desenvolver ainda mais fortemente em todos os segmentos, desde aqueles mais tradicionais como os projetos comerciais, industriais, de centros logísticos e infraestrutura, passando pela área imobiliária e de habitação de interesse social e até projetos especiais em energia e agronegócio.
De todos esses segmentos, um em especial, o habitacional, é um mercado no qual o pré-fabricado de concreto poderia ser extensivamente aplicado, contribuindo para ampliar o lançamento de empreendimentos e, consequentemente, diminuindo o déficit habitacional. Isso porque, entre outros benefícios, nosso sistema construtivo proporciona sustentabilidade, qualidade, agilidade para construção, além de atender cronogramas ousados. 
Um exemplo da aplicação intensiva do pré-fabricado de concreto é a Europa, que conta, atualmente, com mais de 250 fábricas de painéis para construção habitacional e comercial. Desse modo, prédios de até 40 pavimentos são levantados em tempo recorde e sem patologias. 
Já no Brasil, há ainda a construção de forma ampla de edifícios habitacionais de forma convencional, ou seja, tijolo sobre tijolo ou bloco sobre bloco. Esse cenário acontece, principalmente, porque existe uma diferença na carga tributária incidida sobre os sistemas construtivos industrializados e sobre a construção convencional. Além disso, há uma cultura de se comparar o valor do metro quadrado de uma construção sem patologia ao da mesma obra com sistemas que, em muitos casos, há patologias, sem se atentar para os benefícios de cada sistema construtivo para todo ciclo de vida do projeto. 
Nesse sentido, a Abcic tem atuado juntamente com outras entidades da construção para que haja uma isonomia tributária entre os diferentes sistemas construtivos. Além disso, a entidade tem procurado divulgar junto aos empresários a importância de se construir com qualidade, sustentabilidade, rapidez.
Porém, para que o pré-fabricado de concreto possa acompanhar o crescimento do mercado da construção será necessário sustentar os investimentos na modernização da indústria e em pesquisa e desenvolvimento. Não é possível, a médio prazo, manter a produtividade no setor sem inovação tecnológica. Uma das tendências, dessa forma, é o uso da robótica que, se aplicada no local correto e de maneira assertiva, aumenta a qualidade e a segurança de todos os envolvidos na operação.
No Brasil, essa tendência já é uma realidade, com o uso de robôs que, além de ampliar a produtividade, também contribui para elevar a competitividade da indústria e para impulsionar o desenvolvimento tecnológico de todo o setor. Esse fato mostra que estamos no caminho certo, que nosso setor tem tudo o que é preciso para atender as demandas de arquitetos, projetistas, construtoras e clientes, com qualidade, rapidez, produtividade e inovação.

Fabio Marcello Casagrande
Presidente da Sudeste Pré-Fabricados

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