Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 21 - dezembro de 2020

DE OLHO NO SETOR

Pré-fabricação em concreto está alinhada com a tendência de digitalização da construção

Laura Marcellini e Thomas Diepenbruck, membros do Advisory Board da Smart.Con, trazem sua avaliação sobre a inovação, indústria 4.0 e digitalização e o contexto da industrialização nessa tendência

Laura Marcellini, da Abramat: “A industrialização pode agregar muitos benefícios ao setor, na medida em que contribui para elevação da produtividade”

De acordo com a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, representante da entidade e da indústria no Advisory Board da Smart.Con, no segmento de pré-fabricado de concreto esse assunto tem sido pautado em diversas frentes, uma vez que o planejamento estratégico da Abcic, elaborado em 2015, previa que a adoção desses conceitos fomentaria a evolução do setor. 
“O ambiente industrial é favorável para imersão nessa revolução, especialmente, quando se fala em uso de Big Data, BIM e sistemas online. O BIM assegura um planejamento com um altíssimo nível de detalhamento, produzindo modelos 3D verdadeiramente construtíveis e possibilitando, assim, a integração automatizada com os equipamentos de produção”, exemplificou Íria.
Na visão de Diepenbruck, a transformação da “Industria 4.0” está muito além da simples adoção de tecnologias. “É uma questão de aproveitar a mudança do cenário econômico para realizar uma introspecção, visando aperfeiçoar seu sistema de produção, sempre com foco, autoconhecimento e engajamento de todos, para que seja possível incorporar os benefícios desta transformação e buscar novo posicionamento e diferenciação no mercado”, disse. Sua empresa aproveitou esse período de pandemia para aperfeiçoar o seu sistema de gestão e reavaliou, em detalhes, seus processos internos, agregando também algumas novas soluções tecnológicas. 
O Grupo HTB implementou recentemente uma nova tecnologia disruptiva: o RPA (Robot Process Automation), aplicado para um processo chave em suprimentos. “Os benefícios são evidentes, porém só se tornaram realidade graças ao processo enxuto que já era praticado na área”, destacou o engenheiro. Para a adoção de conceitos da indústria 4.0, ele ressaltou a importância de preparação dos colaboradores para esse novo cenário, uma vez que a cultura de inovação exige um tempo para ser implementada, e também, a abertura para a nova modalidade de “fornecedores” (startups), pois, por meio deles, é possível ter acesso a mais opções de inovação do que apenas com desenvolvimentos próprios.

Afonso Mamede, da Sobratema: “As novas tecnologias elevam a produtividade e promovem a competitividade a novos patamares”

Laura ainda ponderou que o avanço da tecnologia é inevitável e os agentes do setor da construção tem uma grande oportunidade de aproveitar os impactos positivos dessa evolução para dar um salto de produtividade e qualidade. “As tecnologias avançadas e digitalização já estão sendo incorporadas nos edifícios e cidades inteligentes, gerando novas funcionalidades aos usuários, para agregar segurança, conforto e outros atributos de desempenho”.  
Smart.Con
A Smart.Con será promovida nos dias 6 e 7 de julho de 2021, no São Paulo Expo. Para Afonso Mamede, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), a realização desse evento é necessária porque as novas tecnologias elevam a produtividade e promovem a competitividade a novos patamares, estimulando novos padrões de planejamento e trabalho. “Os impactos ocorrem em toda a cadeia produtiva. O panorama é promissor e ao mesmo tempo desafiador”.
De acordo com Mamede, na área de equipamentos, por exemplo, há um desenvolvimento acelerado na adoção de sistemas de gerenciamento e monitoramento, que possibilitam reunir informações precisas, mensurando a produtividade e garantindo a segurança da operação. “Há ainda soluções já aplicadas em algumas obras e por certas empresas, mas que ainda não se massificaram, como a impressão 3D, a realidade aumentada e o uso de robôs nos canteiros de obra”, acrescentou.

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