INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Devido à complexidade da obra, a EGT Engenharia utilizou várias soluções, todas em pré-moldados. Segundo Stucchi, a obra principal em balanços sucessivos é bastante complexa e inovadora, pois utiliza o conceito de junta de concreto de 20 cm não armada e mão francesas que permitem a solução em seção unicelular, ou seja, apenas 2 almas, sendo que a largura da ponte é de 27 m. A ponte possui três vãos centrais de 140m e dois vãos laterais de 90m.

Além disso, a utilização de uma protensão mista, em que existe protensão longitudinal interna e externa, permitiu a redução do peso próprio, pois quantidade de cabos necessários, se internos, exigiria o aumento da seção de concreto apenas para alojamento das bainhas. Por conta do uso de mão francesas, cabos de protensão transversais foram necessários, além de cabos longitudinais internos às lajes que complementam a seção do tabuleiro. As fundações são na água e possuem estacas pré-moldadas vazadas e protendidas de diâmetro de 80cm com capacidade de carga de até 390tf.

Já os viadutos na interseção com a Freeway (BR-290/RS, lado Porto Alegre) se desenvolvem em curvas horizontais e verticais e são compostos por sete ramos. A largura total predominante do tabuleiro desses ramos é de 11,30m. Devido a interferência com as vias urbanas existentes, resultam diversos comprimentos de vão que variam de 22m a 38m, usando-se vigas U pré-moldadas protendidas. As fundações na terra possuem estacas pré-moldadas protendidas de 45x45cm com capacidade de carga de cerca de 150tf. As na água se apoiam sobre estacas pré-moldadas vazadas e protendidas de diâmetro de 80cm com capacidade de carga em torno de 350tf.

Tanto a Elevada Pesada como a Elevada Leve (trechos de ponte em concreto) usa soluções pré-moldadas, assim como a Intersecção com a BR-116, que é uma obra curva com superelevação com cinco vãos, construída empregando-se vigas U pré-moldadas protendidas, e o alargamento da ponte sobre o Saco Alemoa, que apresenta 2 pistas e refúgio e possui 773,92m de comprimento e 10,05m de largura e é composta de dez módulos centrais de 64,56m e dois extremos de 64,16m, sendo que entre módulos existem juntas de dilatação. Já o alargamento trata-se de estrutura constituída por 3 vigas de concreto pré-moldadas tipo “I”, laje e transversinas intermediárias  apoiadas em pilares sobre blocos de fundação.

Parque da Cidade 

O Parque da Cidade conta com aproximadamente 80 mil m² e é composto pelo EZ Parque da Cidade, o único residencial do complexo, o Shopping Parque da Cidade, o hotel 5 estrelas Four Seasons, o Parque Linear, 5 torres corporativas e uma torre de salas comerciais, além de restaurantes e lojas.

O setor C desse complexo teve o projeto estrutural concebido e desenvolvido pela França e Associados Projetos Estruturais, e se destacou, em primeiro lugar, pela monumentalidade de suas duas torres, intituladas Torres Sucupira (C1) e Tarumã (C2). Junto aos subsolos e embasamento em comum, as torres contam com mais de 110 mil m² de área construída, demandando extenso trabalho e coordenação do ponto de vista de seu projeto estrutural.

O sistema de pré-vigas e lajes alveolares pré-moldadas protendidas no Setor C do Parque da Cidade possibilitou vencer vãos de até 10 m para as vigas com alturas de 60 cm, e vãos de 10 m para as lajes alveolares protendidas com espessura total de 27cm

A grande escala do empreendimento resultou em um estudo extenso de possibilidades construtivas, de modo que os materiais e métodos escolhidos resultassem em usos conscientes e sustentáveis de insumos e na otimização geral da estrutura. “Durante a concepção do projeto, mais de seis soluções estruturais foram estudadas em plenitude para cada uma das torres até que estes objetivos fossem alcançados”, contou Ricardo França, diretor da França e Associados Projetos Estruturais.