Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 27 - dezembro de 2022

ABCIC EM AÇÃO

Sustentabilidade está na pauta prioritária do setor de pré-fabricados de concreto no Brasil

Abcic Networking XI trouxe especialistas que mostraram a importância de realizar iniciativas para diminuir o impacto ambiental da construção, enquanto a ABCIC apresentou o logo de sustentabilidade que estará em todas as ações e atividades relacionadas ao tema

Para ele, o Abcic Networking XI reuniu “um seleto grupo que contribuirá para transformar a construção civil nacional”. “Nossa bandeira é de união, colaboração, cocriação e, sem dúvida, a pegada de sustentabilidade. Nosso futuro é promissor e estamos vivendo um momento favorável, com a industrialização em evidência”, disse Cassol.

O professor Vanderley M. John, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), discorreu sobre o tema “O desafio da construção de baixo carbono”. Ele salientou a importância do zero carbono, devido às mudanças climáticas, que trazem um risco cada vez maior de eventos climáticos extremos, capazes de gerar graves consequências, incluindo uma crise econômica global. “Há um senso de urgência, pois ninguém estará seguro com mais 3°C. Mas, o zero carbono pode ser feito. Nosso futuro depende da redução das emissões de gases de efeito estufa”.

Ele explicou que o aumento do CO2 é resultado da decomposição de carbonatos (calcário) e da oxidação de carbono fixo na crosta terrestre, por meio do uso de combustíveis fósseis e pelas queimadas em florestas nativas, como a Amazônia. “Tanto o aço como o concreto precisam de calcário”, pontuou. A seu ver, o carbono terá um custo, como já acontece em alguns países que criaram impostos/precificação do carbono. E, esse custo estará embutido nos preços dos materiais.

Nesse sentido, o Roadmap da GCAA, por exemplo, apoia a precificação do carbono. “A pegada CO2 de vai definir o custo de produção e a questão financeira, viabilizando novas tecnologias”, afirmou John, que acrescentou que todos os modelos de negócios da Vale trabalham com US$ 50 a tonelada de CO2, mas isso pode convergir para US 100 dólares a tonelada de CO2. Os emissores começarão a pagar pelo impacto ambiental que causarem.

Em sua apresentação, John comentou sobre o teor do clínquer definir o preço do cimento, e sobre a madeira industrializada ter uma presença importante, mas com impacto marginal. Outro ponto tratado foi que de 7% a 8% de CO2 emitido no mundo vem do concreto armado, enquanto o aço e o cimento respondem respectivamente 9% e 7% das emissões de CO2 globais. Somente o aço representa 20% do CO2 no concreto armado.

O professor da USP também ressaltou a importância de se medir a pegada de carbono tanto por parte das empresas como do setor, para se estabelecer metas, como é feito na indústria de cimento, que possui um benchmarking. Também comentou sobre o Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção (SIDAC), uma iniciativa do Ministério de Minas e Energia, que permite calcular indicadores de desempenho ambiental de produtos de construção com base em dados brasileiros e nos conceitos da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Atualmente, cada produto possui uma faixa de valores por indicador - demanda de energia primária e emissão de CO2 -, uma vez que os dados são genéricos. “São duas coisas que podem ser medidas com muita precisão”, avaliou.


Felipe Cassol: “Nossa bandeira é de união, colaboração, cocriação e, sem dúvida, a pegada de sustentabilidade. Nosso futuro é promissor, com a industrialização em evidência.”

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