Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 7 - abril de 2016

ARTIGO TÉCNICO

Desenvolvimentos na pré-fabricação do concreto. Lições do passado e avanços para o futuro

Essas regras eram:
Conjuntos de vários milhares de moradias em densos condomínios
Projeto muito inflexível com pouca variação formal para reduzir ao mínimo a variedade de membros protendidos 
Unidades habitacionais arranjadas linearmente nas maiores distâncias possíveis, para minimizar mudanças nas pistas dos guindastes. 
O mínimo de vãos livres e alturas para facilitar o transporte; lajes do tamanho de salas.
O uso de enormes painéis protendidos, resistentes à carga, capazes de construir a maioria dos componentes fora do local da construção, permitindo pouca ou nenhuma flexibilidade para a redistribuição dos pisos.
Para o projetista ou o arquiteto, industrialização significava assegurar economia de construção, mantendo um “sistema” que impunha rígidas restrições ao projeto arquitetônico. A mudança de qualquer um dos parâmetros do sistema era equivalente a prejudicar a competitividade do mercado. Foi por volta dessa época que Camus, ao ser perguntado sobre pontes térmicas, respondeu “Estou muito ocupado vendendo e não tenho tempo para melhorar”.
O segundo período, de 1970 a 1985, foi marcado pela crise e pela perplexidade. A pré-fabricação com componentes em larga escala tentou libertar-se de seu dilema inerente, tentando oferecer produtos, projetos e métodos de construção mais flexíveis e variados.
O mercado da União Europeia passou de um mercado vendedor para comprador, em que o usuário final começou a exigir qualidade em primeiro lugar. Adaptando-se para oferecer maior variedade e qualidade mais alta, alguns sistemas de painéis foram capazes de atender satisfatoriamente a demanda em pequena escala. Outros fabricantes optaram por exportar para mercados menos evoluídos, enquanto outros simplesmente desapareceram. 
Esse período de crise estabeleceu a base para o que era chamado de pré-fabricação aberta, sob a qual foi desenvolvido um número cada vez maior de sistemas, com diversos componentes compatíveis, adaptável às necessidades dos projetistas ou dos usuários finais.
Quando aplicada à produção de componentes, essa tecnologia adaptou-se muito bem às condições da crise, a despeito de seus custos mais elevados, porque podia ser adaptada mais rapidamente a construções menores e mais diversificadas. Os componentes podiam ser convenientemente ajustados ao mercado em crescimento para famílias individuais e para edifícios mais simples, com poucos andares, na Europa. 
Uma considerável redução na escala das obras de construção penalizava severamente a maioria dos sistemas fechados de concreto, em benefício de esquemas de construção com muitos componentes. Esses novos componentes também podiam ser prontamente reprojetados para adaptar-se à legislação frequentemente mutável. 
Depois de 1985, foram desenvolvidos outros usos para a pré-fabricação, inclusive o que posteriormente viria a ser conhecido como pré-fabricação sutil.  Desde aquele tempo, a maioria dos elementos de habitação adere ao modelo de construção baseado em componentes. Em países desenvolvidos, a construção industrializada inflexível e em grande escala é agora essencialmente uma coisa do passado. 
Projetos pequenos e em larga escala foram empreendidos por novos projetistas, com o uso de novas técnicas de pré-fabricação, com excelentes resultados. A construção de elementos individuais foi automatizada tanto quanto possível, para adaptar-se à crescente personalização. Nesse período posterior, muitos dos procedimentos industrializados, comumente usados em indústrias mais altamente sistematizadas, foram aplicados na construção e, consequentemente, em habitações pré-fabricadas. 
Toda experiência adquirida no século anterior na Europa deve ser implantada, juntamente com os operários especializados locais, para desenvolver novas formas de construir habitações acessíveis em qualquer lugar do mundo. 
 

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