Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 20 - outubro de 2020

ABCIC EM AÇÃO

IDD promoveu seminário online sobre pré-fabricação de concreto com apoio da Abcic

A engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, participou da abertura e dos debates, enquanto o engenheiro Marcelo Cuadrado, diretor técnico da entidade, ministrou palestra sobre “Pré-fabricados e versatilidade de projetos”

Alex G. M. Alves: "A a versatilidade e a liberdade da pré-fabricação são muito maiores do que conhecemos"

A última apresentação do evento do IDD, que teve o apoio da Abcic e do Ibracon, foi proferida pela engenheira Patrícia Ribeiro S. Brandão, gerente Técnica da Supermix Região Sul, que abordou o tema A Utilização de CAA e o Controle Tecnológico em Indústrias de Pré-fabricados. “O uso do concreto auto adensável (CAA) traz melhorias de produtividade, otimiza a mão de obra e reduz o nível de ruído na fábrica. Mas, o principal benefício reconhecido pelo mercado é a melhoria da qualidade final das peças, de seu acabamento, o que resulta também em menor custo por reparos”, analisou.
Sobre a dosagem do traço do CAA, Patrícia ponderou que existem limitações técnicas entre regiões, principalmente, por conta da disponibilidade dos materiais. Para exemplificar, ela mencionou a diferença entre a areia do Rio Grande do Sul com a do Rio de Janeiro, que influenciam no módulo de elasticidade do CAA. “O primeiro estado possui rochas que favorecem o módulo”. Ela ainda citou a importância dos cuidados tanto com a cura como com a resistência inicial. “Esse último processo precisa ser bem monitorado para atender todo o ciclo de vida das estruturas pré-fabricadas de concreto”. 

Patrícia Ribeiro S. Brandão: “O uso do concreto auto adensável (CAA) traz melhorias de produtividade, otimiza a mão de obra e reduz o nível de ruído na fábrica”.

Um dos destaques da apresentação foi o controle tecnológico. “Ele não pode se restringir ao concreto, precisa envolver as etapas da produção. Ou seja, desde a entrega dos materiais, passando pela mistura e eficiência, pelo transporte desse concreto, pelos processos de concretagem, cura e desforma, até o treinamento e capacitação”, enfatizou Patricia, que detalhou cada uma dessas fases e mencionou como cada estágio pode influenciar na resistência à compressões, afetando o desvio padrão. 
No que tange à capacitação técnica, a engenheira foi enfática em afirmar que precisa haver um treinamento em todas as áreas, como na base. “O profissional precisa saber a importância do material que está recebendo, conhecer os parâmetros definidos pela empresa para que ele não deixe entrar uma matéria-prima que não atende as especificações. No caso do operador, ele precisa entender que a altura da queda do concreto pode impactar tanto no acabamento como na resistência”. 
Por fim, Patricia ressaltou que o controle tecnológico é a chave não apenas para a tecnologia utilizada atualmente, mas também para a entrada de novas tecnologias de concreto que estão sendo desenvolvidas no mundo, como os concretos pós-reativos e o concreto de ultra alto desempenho (CUAD).
Nesse contexto, Íria lembrou que 60% das indústrias associadas à Abcic já implementaram o CAA em sua produção. “A base sustentável da indústria é a qualidade, um ambiente de segurança, e respeito ao meio ambiente. Realmente, sem um controle tecnológico não é possível investir e aplicar em nova tecnologia”.
Posterior às apresentações, um debate foi promovido, criando sinergia e interação com os participantes, envolvendo desde o esclarecimento de dúvidas operacionais e técnicas até o futuro da pré-fabricação, em especial  a aplicação em edifícios de maior altura  e a capacitação dos profissionais que atuam ou pretendem ingressar neste universo.
“Foi uma excelente oportunidade para resgatarmos as ações da Abcic ao longo do tempo, em especial no que diz respeito à atualização da normalização. Desde que retornamos da missão à Bélgica e Holanda em 2008, a primeira das 7 já realizadas pela Abcic, após visitarmos os edifícios altos pré-fabricados de concreto em Bruxelas, a fábrica que produziu os elementos e conversado com o grande idealizador destes projetos, o professor Arnold Van Acker, entendemos que era necessário uma base normativa que desse o devido respaldo ao projeto, alinhada com o desenvolvimento no contexto mundial, um grande apoio que hoje nos é dado pela nossa participação no contexto da comissão 6 da fib. Novos desafios virão e a capacitação dos profissionais que atuam no meio é de fundamental importância”, concluiu Íria.

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