Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 7 - abril de 2016

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Inovação e Sustentabilidade caracterizam a adoção de pré-fabricado em segmentos que avançam no país


A opção por pré-fabricado para a construção dos espessadores de rejeito foi decorrente da maior agilidade que ele proporciona na execução da obra


Sob a responsabilidade da Egelte Engenharia, a obra contou com a decisiva contribuição de estruturas pré-fabricadas de concreto na sua execução. A Egelte contratou a Leonardi Construção Industrializada para fornecer painéis autoportantes para os cinco armazéns e também os túneis de distribuição da carga. “Para a Leonardi, essas obras têm se mostrado uma experiência singular e engrandecedora por diversos motivos. De um lado o desafio de cumprir um cronograma enxuto e sem brechas para atrasos. De outro, pelo forte preparo e capacitação que elas demandam para o nosso ingresso no mercado de agro business e de infraestrutura”, comenta Paulo Sergio Cordeiro, diretor de Vendas e Marketing da Leonardi. 
 

Espessadores de Rejeito de Itabira/MG
Localização: Itabira, Minas Gerais
Área construída: 50m de diâmetro e 31 m de diâmetro (a menor)
Volume de concreto pré-fabricado: 3.550 m³
Construtora gerenciadora: Construtora Barbosa Mello
Início da Obra: Março de 2014
Término da Obra: Julho de 2014
Arquitetura: ECM S/A Projetos Industriais 
Projeto Estrutural: Isnar Maia de Freitas
Empresa pré-fabricadora: Precon Engenharia


Como a altura do Moinho Globo Alimentos ultrapassava 25 metros, houve a necessidade da segmentação dos pilares para facilitar o manuseio das peças no transporte e montagem


Segundo o executivo, o projeto inicial especificava 100% da obra para pré-moldado em canteiro, mas isso se mostrou inviável em função do cronograma exigido para sua conclusão. A seu ver, o fato de a empresa envolver equipes multidisciplinares e por sua busca constante por inovação ajudou na sua capacitação para a obra e também a reverter o projeto para pré-fabricado.
“Para que lográssemos êxito na contratação, foi necessário apresentar soluções distintas de engenharia que resultaram, por exemplo, no desenvolvimento de formas altamente complexas”, afirma Cordeiro. Auxiliou ainda, de maneira especial, no sucesso da empreitada, a utilização dos conceitos de BIM. Graças a ele, foi sistematizada a logística de transporte, assim como o desenvolvimento dos dispositivos de içamento e montagem dos elementos estruturais executados com apenas um guindaste, ao invés de dois previstos anteriormente. 
O executivo da Leonardi explica ainda que outro grande desafio da obra foi desenvolver a metodologia que permitiu a desforma dos painéis, os quais possuem núcleos ocos. “Foi criado um processo no qual era necessário acompanhar o início da pega do concreto, por meio de ensaios de Slump Test, com o intuito de detectar o momento ideal de pré-saque dos núcleos, realizado por meio de um mecanismo pneumático”, detalha Cordeiro. 
Para o adensamento do concreto foram instalados nas fôrmas, tanto das paredes autoportantes, quanto dos túneis, motores vibradores do tipo “carrapato”. No caso dos túneis, foi criado um sistema de vibração setorizado, controlado por comandos que regulavam as entradas de ar comprimido necessário ao funcionamento dos vibradores. “Vale ressaltar que, no caso dos túneis, a forma tinha o formato de “U” e a tampa era concretada separadamente”, conta o executivo. Para a movimentação do túnel na fábrica, durante o transporte e a montagem no canteiro, foram desenvolvidos dispositivos especiais que permitiam girar a peça para a posição de utilização. 
Outro cuidado adotado pela Leonardi na produção das estruturas foi a utilização de um concreto altamente impermeável em função dos túneis estarem em contato permanente com a água, devido a proximidade com o cais do porto, assim como pela necessidade de absoluta estanqueidade no interior dos mesmos. “Em razão disso, a cura do concreto foi feita com a utilização de vapor de água produzido em caldeira à lenha. Essas soluções trouxeram para a Leonardi uma nova expertise em sistemas para obras de infraestrutura e armazenagem a granel”, conclui Cordeiro. 
Outro segmento de obras ainda pouco explorado pela indústria de pré-fabricado de concreto, mas que começa a despertar a atenção pelo crescimento é o do tratamento e armazenamento de rejeitos. Uma das empresas que já realizou obras nessa área é a Precon Engenharia. Em meados de 2014, ela concluiu a entrega de estruturas pré-fabricadas de concreto para dois espessadores de rejeitos construídos no município de Itabira, em Minas Gerais, cujo objetivo era armazenar rejeitos de minério de ferro, com uma densidade do material de 1,9t/m³, provenientes das minas de Cauê e de Conceição do Vale. 

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