Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 22 - abril de 2021

ESPECIAL DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Mulheres têm papel fundamental no desenvolvimento da engenharia, da construção e do pré-fabricado de concreto no Brasil

As personalidades femininas trazidas nesta matéria especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher são exemplos atuais de como o trabalho árduo somado as características, como sensibilidade, resiliência, persistência, foco e discernimento, resultam em uma contribuição ímpar para a evolução desses três setores, em diferentes contextos e setores produtivos

As mulheres têm conquistado um espaço cada vez maior no mercado de trabalho, mostrando sua competência, liderança e foco. Superando cenários adversos, a participação feminina tem elevado a qualidade das decisões, dos planejamentos estratégicos, das operações, da execução de tarefas cotidianas, dos debates e das pesquisas em todos os setores da economia. A determinação dessas profissionais tem corroborado para trazer sensibilidade a todos os ambientes e, ao mesmo tempo, uma assertividade que contribui para a produtividade e competitividade das economias em todo o mundo.
No Brasil, essa realidade é comprovada por um levantamento recente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta que, pelo quinto ano consecutivo, houve um aumento na participação das mulheres no mercado de trabalho. Os dados são de 2019 e naquele ano a taxa de participação feminina chegou a 54,5%. Outro dado relevante da pesquisa é que houve um crescimento de 1,2 milhão no número de mulheres ocupadas como empregadoras ou conta própria com CNPJ desde 2012. 
Na construção civil, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, entre 2002 e 2012, o número de mulheres trabalhando no setor cresceu 65% e, entre 2006 e 2016, houve uma alta de 10%. Nas faculdades de engenharia pelo país, o percentual de mulheres também tem se elevado. Em 2015, segundo o Censo da Educação Superior, o índice chegou a 30,3% das vagas.
Apesar da crescente participação feminina no setor, há ainda muito a ser feito para que haja um espaço ainda maior para as mulheres na engenharia e na construção. Isso porque cerca de 19% dos profissionais registrados em todas as modalidades no sistema do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) / Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) são do sexo feminino, ou seja, em um universo de 982.158 inscritos, apenas 184.881 são mulheres. 
Contudo, existem muitas personalidades femininas inspiradoras nos diversos segmentos que compõem a engenharia e construção, começando pelas lideranças nos âmbitos industriais e institucionais, passando por pesquisadoras nas universidades e institutos de pesquisa, chegando ao chão de fábrica e a operação. Além disso, é importante lembrar das precursoras, que deixaram sua marca na história e abriram caminhos para que as gerações atuais alcançassem mais reconhecimento e que as gerações futuras tenham ainda mais liberdade e espaço no setor. 
Nesse sentido, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, promovido no dia 8 de março, a Revista Industrializar em Concreto conversou com algumas personalidades femininas da engenharia, construção e do pré-fabricado de concreto, para trazer ao leitor um pouco da história e da trajetória dessas profissionais e líderes vitoriosas e para ressaltar a importância da mulher para o engrandecimento desses três setores. 
Indústria
A indústria brasileira de pré-fabricado de concreto conta com a participação de mulheres em diversas áreas, formadas nas mais diferentes carreiras que compõem uma empresa, trazendo sua contribuição diária para os negócios das fábricas e o desenvolvimento do setor como um todo. 
Para a engenheira Iris Hortencio Fabri, diretora administrativa e comercial das empresas Sendi Engenharia e Construções e Sendi Pré Fabricados de Bauru/SP, a presença feminina na engenharia, além de preencher os próprios anseios e contribuir para o desenvolvimento do país, serve de inspiração para tantas outras mulheres e gerações na busca por seu espaço e na luta pelos seus sonhos.

Iris Hortencio Fabri

A engenheira Anestine Amanda Jaeger, diretora industrial da Pré-vale Pré-moldados de Concreto, avalia que sensibilidade, persistência, eficiência e competitividade são fundamentais em uma empresa. “Mas acredito que as organizações estejam caminhando para lideranças diferentes, com uma quebra de paradigmas na função das empresas para o coletivo. É dentro dessas mudanças que já aconteceram no último ano e das que ainda estão por vir, que entendo que teremos como grande força as mulheres. Na área de pré-fabricados, seja nas indústrias como na cadeia, temos uma participação feminina crescente nos últimos anos, mas ainda tímida. Temos muito a agregar ainda”.
Já Silvia Almeida, diretora administrativa da T&A Pré-Fabricados e ex-diretora de marketing da Abcic, ressalta a pluralidade na área de pré-fabricados de concreto. “É fato que há um aumento crescente desta atuação feminina no setor, não apenas na engenharia, mas em cargos de gestão e em outras áreas profissionais que eram comumente consideradas apenas para o sexo masculino. Isso, sem dúvida, representa um grande ganho para todos. Antes esses espaços conquistados pelas mulheres eram mais frequentes em cargos de "menor" responsabilidade, mas atualmente temos tido a felicidade de vê-las em posições de liderança de vários ramos: finanças, administração, tecnologias e engenharias”.
Por exercerem cargos de liderança em suas indústrias, Anestine, Íris e Silvia refletem sobre o que significa de fato ter responsabilidade pela condução dos negócios e de pessoas. “A habilidade de liderança tem que ser adquirida e melhorada na prática. Acredito que a maneira com que lidei com meus estudos e estar presente desde o começo da faculdade no dia a dia de uma empresa colaboraram muito para o desenvolvimento dessa habilidade em mim. Mas esse é um processo que deve ser constantemente melhorado, pois na prática lidamos com pessoas o tempo todo e devemos criar meios e alternativas para manter a equipe engajada, inspirada e motivada a todo momento”, explica Íris.

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