Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 23 - setembro de 2021

DE OLHO NO SETOR

Pontes pré-moldadas foi tema de palestra no CBPE 2021

O CBPE 2021 - XII Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas reuniu, em seu formato on-line, cerca de 250 participantes entre os dias 7 e 11 de junho. A Abcic foi apoiadora e patrocinadora do evento, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) e pela Associação Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE). 
Na solenidade de abertura, Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, ressaltou o apoio das duas entidades para o desenvolvimento da pré-fabricação de concreto no país e pontuou a importância de o Brasil se preparar para o avanço dos projetos de infraestrutura, com os recentes leilões promovidos pelo Ministério da Infraestrutura. “A programação abrangente traz temas fundamentais nessa área, que certamente auxiliarão na construção de novas obras e de empreendimentos já existentes”. 
Tanto Sergio Hempshire, presidente da ABPE, como Enio Barbosa, presidente da Abece, agradeceram os parceiros e afirmaram que a cada edição as entidades vêm aprimorando o Congresso. No evento deste ano, foram 131 trabalhos (número recorde) apresentados. “Tivemos um salto qualitativo, com a participação de mais universidades, empresas de projeto, construtoras, abrangendo, desse modo, vários setores da engenharia civil”, destacaram. 
A abertura também contou com as mensagens de José Matos, vice-presidente da International Association for Bridge and Structural Engineering (IABSE); Paulo Helene, presidente do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon), e Tulio Nogueira Bittencourt, presidente do Grupo Brasileiro IABMAS (International Association for Bridges Maintenance and Safety).
A programação teve 15 palestras (oito internacionais), com destaque para a apresentação do engenheiro Marcelo Waimberg sobre os avanços do TG 6.5 - Pontes pré-moldadas de concreto da Federação Internacional do Concreto (fib). Ele apresentou informações sobre o Boletim 94 fib “Precast Concrete Bridge Continuity over Piers”, lançado no final de 2020.
Waimberg explicou que o grupo de trabalho possui participantes de diversas localidades e tem o objetivo de estudar os trabalhos mais recentes em pontes pré-fabricadas de concreto para fornecer recomendações a proprietários, projetistas, construtores e fabricantes ligados ao planejamento, projeto, concepção e execução desse tipo de obra. Esse escopo é importante, pois nomas e práticas de projeto, fabricação e construção variam conforme o país, a cultura, a realidade socioeconômica. “A ideia não é criar uma norma única, mas divulgar as diferentes soluções e práticas adotadas, com suas vantagens e desvantagens”, disse. 
Para Waimberg, a presença brasileira no grupo permite trazer para o mercado nacional as  práticas distintas aplicadas no país bem como técnicas e tecnologias atuais utilizadas no mundo. 

Engenheiro Marcelo Waimberg: “A ideia é demonstrar de forma ampla as tecnologias e práticas adotadas”

O primeiro documento trata da concepção de obras de arte em pré-moldado de concreto, trazendo considerações sobre esse processo e serve como um guia para discutir o tema, enfatizando as vantagens e demonstrando exemplos de obras com 150 metros de extensão, segundo as práticas e normas de diversos países. 
Esse trabalho deu origem a um novo documento que está em fase de edição e tratará do projeto conceitual de pontes pré-moldadas de concreto. Segundo Waimberg, esse material será composto por 28 exemplos de projetos de obras de arte, de vãos e tipos estruturais diferentes, sendo detalhadas informações técnicas, como número de vãos, comprimento do vão físico, altura da viga, espessura de laje, altura total, distância entre vigas, peso de cada estrutura, materiais usados, geometria de protensão, tipos de cabos, resistência do concreto da viga e da laje, entre outros. 
Outro assunto tratado no GT refere-se à estabilidade lateral das vigas, que é uma preocupação importante desde o projeto, uma vez que é preciso garantir a segurança da peça ante tombamento, seja na movimentação no canteiro, no transporte ou na montagem do tabuleiro. O documento que fala sobre esse assunto está em elaboração. Os membros têm trabalhando na revisão bibliográfica, a fim de mostrar critérios de cálculo, análises probabilísticas e as tolerâncias de norma de cada país para desvios de geometria de planta, contraflecha, protensão da viga, posicionamento dos dispositivos de içamento e movimentação,  entre outros. “O objetivo é estimar a segurança da viga sendo projetada ou fazendo o caminho inverso, ou seja, definindo a tolerância mínima que atenda a segurança desejada para vencer determinado vão”, explicou Waimberg. Nesse projeto está previsto ainda uma planilha de cálculo para ser usada na verificação de uma determinada estrutura, com a entrada de dados, verificação da segurança da viga durante o içamento, desde o ponto de pega. Isso também permitirá verificar a estabilidade ao tombamento do transporte, levando em conta as características do caminhão.
O engenheiro de estruturas comentou sobre as novas tecnologias aplicadas na construção de pontes, sendo o concreto de ultra alto desempenho (CUAD ou UHPC, em inglês) o mais interessante. “Temos percebido que em alguns países houve uma grande evolução, seja no uso ou na normalização”. Esse tipo de concreto possui uma elevada resistência à compressão e à tração. Ele falou ainda do concreto muito compacto, que utiliza pouca água e do concreto autoadensável. 

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