Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 15 - dezembro de 2018

ABCIC EM AÇÃO

Seminário aborda uso de novas tecnologias do concreto em obras de infraestrutura

Iniciativa da Abcic reúne especialistas internacionais para discutir tema definido em 2015 pelo planejamento estratégico da associação

Marcelo Waimberg: “Não se trata apenas de promover o conceito de pré-moldados, pois nosso esforço vai além, objetivando a industrialização de processos

Concessionárias de rodovias, projetistas, consultores, professores, construtoras e fornecedores estiveram presentes no evento

Em seguida, o coordenador do TG 6.5 da fib, Marcelo Waimberg, falou sobre os objetivos do trabalho realizado pelo grupo específico que está liderando. “Nosso objetivo não é criar uma única norma, mas divulgar diferentes soluções e realidades", comentou o engenheiro, que também destacou a missão de levar ao mercado, as experiências nacional e internacional e, ao mesmo tempo, divulgar mundialmente especialidades da engenharia nacional, como é caso das juntas de dilatação.     
Waimberg defendeu um ponto abrangente das ações realizadas pela comissão. “Não se trata apenas de promover o conceito de pré-moldados, pois nosso esforço vai além, objetivando a industrialização de processos”, enfatizou. Para tal fim, a fib busca, entre outras soluções, a aproximação e troca de informações entre projetistas e fabricantes e com outras instituições, como na relação próxima entre a federação europeia e o Instituto de Concreto Pré-Fabricado (PCI), organização norte-americana.   
Sobre os temas atualmente estudados pelo TG 6.5 da fib, Waimberg citou conceitos de estabilidade lateral das vigas, em situações de transporte e movimentação no canteiro, e a adoção de novas tecnologias, como os concretos com altíssimo desempenho.  “No início do nosso trabalho, optamos por não priorizar um documento único produzido ao final de estudos, mas produzir documentos parciais sobre diversos assuntos. O primeiro deles, por exemplo, foi sobre concepção de obras de arte pré-fabricadas em concreto, sendo um guia para a formulação de projetos desse tipo”, explanou o engenheiro sobre o método de trabalho do TG 6.5 da fib.      
Os dois painéis seguintes abordaram o pré-moldado em concreto como solução para diferentes necessidades. O engenheiro Pieter van der Zee comentou sobre o uso da técnica na Bélgica, onde o setor tem presença marcante em empreendimentos residenciais; também falou sobre o trabalho na empresa em que é diretor, a Ergon, explicando que a ferramenta Tekla tem papel importante nos trabalhos da fabricante de pré-moldados de concreto, que produz elementos de fachada e para estrutura e emprega diferentes técnicas de protensão. Já a palestra ministrada por Fernando Stucchi falou sobre as soluções com pré-fabricados usadas na realidade brasileira, destacando a obra na rodovia SP 147, em que vigas de concreto foram montadas na transversal, como objetivo de vencer um vão. Stucchi também destacou a solução empregada na obra da nova ponte sobre o rio Guaíba, no Rio Grande do Sul, em que foram usadas vigas com seção do tipo caixão, permitindo a montagem inclinada da estrutura.    
As características, custos, benefícios e aplicações do UHPC na construção de pontes foi tema da apresentação de Maher Tadros, da Universidade de Nebraska. De acordo com Tadros, o material, mais resistente e cem vezes mais durável quando comparado ao concreto convencional, conquistou recentemente preços competitivos no mercado norte-americano. Também citou a grande absorção de energia do material, mesmo após o aparecimento de fissuras, reduzindo o risco de colapso. Na sequência, o engenheiro Milan Kalný, da Pontex, comentou o uso do material na República Checa, sendo empregado em obras de infraestrutura, como estradas e rodovias. Kalný deu destaque para uma ponte de pedestres construída na cidade de Tabor, que empregou vigas de 30 toneladas e venceu vão de 27 metros.   
A programação seguiu abordando fatores que estimulam o uso do UHPC em diferentes países. Yen Lei Voo, engenheiro da Malásia, destacou a questão da sustentabilidade como indutora do uso de materiais e técnicas mais racionais. “A evolução de tecnologias do concreto deve oferecer suporte à construção sustentável”, avaliou Voo que, baseado em experiência própria na Dura Technology, afirmou ser o UHPC “um material mais econômico que o aço, em termos de custo, pois também garante redução de custos com manutenção”. Voo ainda citou a ponte Batu 6, feita com UHPC que venceu um vão de 100 m, e  obras no metro de Kuala Lumpur, onde era necessário atingir níveis satisfatórios de resistência à agua. “A microestrutura do UHPC, com poucos poros, impede o acúmulo de microrganismos que geralmente surgem em ambientes úmidos”, explicou. 
Outro fator estimulante do uso do UHPC, a questão do design, foi abordado por Dominique Corvez, CEO da Ductal para as Américas. Segundo Corvez, a arquitetura é uma grande incentivadora do UHPC, citando as obras do arquiteto Rudy Ricciotti como exemplo, entre elas o Mucem Museum, situado em Marseille, na França, que integra uma longa ponte de pedestres em concreto, além de painéis vazados com acabamento na cor branca. Corvez chamou a atenção para a questão das fibras no UHPC, mais precisamente sobre a orientação desse material em meio à mistura do concreto, variando de acordo com o método de dosagem. Como a posição das fibras, sendo as metálicas as mais empregadas no UHPC, influenciam no desempenho do material, Corvez concluiu citando a importância de testes e estudos realizados em laboratórios. 

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